quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

RETRATO FALADO


Nas gerações anteriores e posteriores as de meus pais, era mais simples aferir regras morais de comportamento sexual. Essa simplicidade era ditatorial, repreensível e resumível em uma regra única e absoluta: “Não!”
A forma extremada de sua aplicação advém do modelo burguês, difundido na Europa entre os séculos XVI e XIX. Tais idéias eram cômodas, isto é, eximir aos pais do constrangimento de juízos. O que deve ou não ser permitido, quando, como, com quem; o senso daquilo que deve ser proibido, ou mesmo evitado, passível de punição. A discussão a cerca do assunto não havia, uma vez que a repressão era diretiva, econômica de debates e construía de tabus. Com essa atitude o desenvolvimento psicossexual das crianças e dos adolescentes é comprometido, podendo acarretar danos estrutural de personalidade, além de manifestações das doenças psicosmáticas. É notório que este assunto é amplo e complexo, e nosso objetivo é de restringir, para mostrar o outro extremo desta orientação.
Com o avanço tecnológico, principalmente nos meios de comunicação, que se incumbe de ditar padrões de comportamento sexual, no meu ponto de vista muitas vezes inadequado, interferindo e causando conflito a famílias que pretende manter uma orientação menos livre, em detrimento daquelas condicionadas a nova realidade.
Uma emissora de televisão na contra mão do senso educacional, na sua grade de programas dirigido ao publico infante juvenil, tem uma novela que se propõe a descrever o universo do jovem adolescente. “É cômico se não fosse trágico,” um desses adolescentes contrai sífilis, em uma relação com uma jovem que já havia contaminado a outros meninos da escola. Pois bem, é esse mesmo o cenário da mensagem subliminar. Justamente um colégio, local aberto ao debate livre de idéias, responsável pela formação de cidadão consciente e de conduta democrática. Qual não foi a minha surpresa, o diretor que também acumula o cargo de professor, em um surto pedagógico espalha pelos os corredores do colégio maquininhas para aquisição indiscriminada e impulsiva de camisa-de-vênus,* (anticonceptivo destinado ao controle de natalidade). Essa atitude provocou a revolta de alguns pais de alunos, acusando o diretor de estimular a prática sexual na escola.
O que aconteceu com aquela velha e boa idéia, de que o sexo deve ocorrer dentro do relacionamento matrimonial? E que é uma relação intima de troca, que, portanto o sentimento deve estar à flor da pele, do contrario não passa de ações animalescas. Não se é de admirar a explosão de adolescentes grávidas que em via de regra absorve orientações equivocadas, de uma mídia preocupada em contabilizar lucros ao invés de esmerar-se na qualidade de suas informações. Nada contra o entretenimento, sei que a folha salarial por força de lei tem de ser viabilizada, mas que isso não impeça que seja pautada por uma conduta responsável. “O estrago não para por ai!” Um grupo de meninas do colégio se reúne para eleger o menino “pêra,”, ou seja, aquele que tem o bumbum maior. E ainda duas personagem vivem em busca do menino que havia contraído sífilis, cujo a fama é de pegador, que mais uma vez é reeleito o MPC ( Maior Pegador do Colégio). As meninas apresentam um quadro psicótico, com atitude que não condiz com maças dessa idade, é deprimente a postura de seus personagens que daria inveja a qualquer prostituta, a disputa entre as duas personagens para ver quem fica com o rapaz, é paranóica beirando as raias da loucura. E os pais na trama são meros coadjuvantes, alienados inexpressivo, com um comportamento permissivo, de quem não têm qualquer autoridade e de argumentos vencidos.
Essa emissora neste contexto presta um desserviço à sociedade ao apresentar o  jovem sem pespectiva, excêntrico e voltado para “idolatria” do corpo, da beleza eterna, do vigor, agressividade e da impetuosidade. Importa é enxergamos a adolescência em sua fase, e percebermos sua intricada relação com os fenômenos fisiológicos e anatômicos, para então margear as fronteiras que culminam nos componentes psicossociais deste mesmo processo. Entendo que o modelo tradicional é arcaico e de longe superado, mas entendo também que é necessário que a sociedade promova um debate amplo para buscar caminhos, e dar uma nova identidade, diferente desta sugerido pela trama. Há de se ter, um ponto de equilíbrio entre a liberdade e a libertinagem.

*Condom, camisinha ou camisa-de-vênus são alguns dos nomes dados à bainha de borracha (natural ou sintética) usada para revestir o pênis no coito. O termo condom parece vir ganhando preferência entre médicos e outros profissionais, pela conotação mais técnica. Preservativo é um sinônimo algo mais pretensioso e menos exato do que preventivo, já que o condom serve mais para prevenir do que preservar; mas ambos são entendidos em qualquer farmácia.
Há pelo menos três razões para tanta procura: 1) o condom é um dos recursos anticoncepcionais mais eficazes e não tem contra-indicação; 2) reduz grandemente o risco de contaminação venérea, seja qual for o parceiro infectado; 3) complementarmente, modelos especiais valem como acessórios, que alguns pares julgam melhorar as sensações do coito ou do coito anal. Além disso, é um anticoncepcional relativamente barato, fácil de usar e que pode ser guardado e levado com discrição. VIDA ÍNTIMA, ENCICLOPÉDIA DO AMOR E DO SEXO, ABRIL CULTURAL.

1 comentários:

Fernanda disse...

PARABENS FERNANDO ,PELO TEXTO EXPOSTO.

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