"Que a educação dos
jovens nos dia de hoje lhes oculta o papel que a sexualidade desempenhará em
suas vidas, não constitui a única censura que somos obrigados a fazer contra
ela. Seu outro pecado é não prepará-lo para a agressividade da qual se acham
destinados a ser tornarem objetos. Ao encaminhar os jovens para vida com essa
falsa orientação psicológica, a educação se comporta como se devesse equipar
pessoas que partem para expedição polar com traje de verão e mapas dos lagos
italianos. Torna-se evidente, nesse fato, que se estar fazendo um certo mal uso
das exigências éticas. A rigidez dessas exigências não causaria tanto prejuízo
se a educação dissesse: “É assim que os homens deveriam ser para serem felizes,
mas terão de levar em conta que eles não são assim”. Pelo contrário, os jovens
são levados a acreditar que todos os outros são virtuosos. É nisso que se
baseia a exigência de que também os jovens sejam virtuosos".
Sigmund Freud
Deduzo eu, que Sigmund Freud, jamais julgou em algum momento
que seu tratado psicanalítico, pudesse servir para justificar atitudes ou mesmo
de argumentos, em defesa de interesses de indivíduos homossexuais. Ele que por
sua vez, postulou essa questão, como resultado da relação estabelecida com os
pais e, portanto, passível de “cura”, que sempre julgou ser possível a
“conversão” de homossexuais, em heterossexuais. Ver a aplicação de seus
escritos, usados indevidamente fora de contexto, como manipulação
argumentativa, em embate político – pedagógico, com intuito de fomentar o comportamento homossexual no
âmbito escolar.
A análise da produção discursiva dos grupos homossexuais tem
um caráter impositivo e não trafega no campo das ideais. Problematizando a
homossexualidade e educação escolar. Não é atribuição docente plasmar aos seus
alunos uma identidade sexual, mas apontar caminho para um debate salutar, onde
todos tenham voz, tenham vez. Tendo como força impulsionadora, conjunto de
outras aptidões; esclarecer como as ciências humanas lidam nas questões
interpessoais. A tarefa de rotular e classificar as pessoas como diferente
ficam a critério dos conceitos humanos, não é uma especificidade da gestão
escolar.
Tais grupos como em um espelho narcisista contempla suas
virtudes e visam privilégios por intermédio de leis especificas, negando ao
diferente o direito de se posicionar. E os que se posiciona contrariamente são
taxados por doentes; fobia (medo mórbido; aversão), quando na verdade neles, é
que se instala o conflito, querendo impor por força de lei, suas condições,
pelo fato de não se verem como iguais. Nisto se faz diferentes, quando essa
parcela da sociedade, se julgam no direito de ter privilégio da lei.
A lei que puni a agressão ao homossexual é mesma que puni o
agressor da mulher, do negro, do nordestino. E se a punição não acontece aos
rigores da lei, me junto aos grupos homossexuais para fazer prevalecer os seus
direitos de cidadão. Isso sim é ser igual, (homo), ao contrario da
reivindicação de privilegio.
Homofóbico... Eu? Que sou oriundo da negritude deste país,
que por conta de tudo isso, pela exclusão social, pelo serviço escravo de meus
antepassados, nunca exigiu ser amado por ser negro! Mas que exigiu e exigi ser
respeitado como cidadão deste país. Lutei e luto de forma digna, para que todos
tenham direitos e possam ser vistos, em toda sua essência e brasilidade.
Homofóbico... Eu? Que mesmo nascido e criado em uma vila
militar, por ser filho de militar; na mais tenra idade lutou contra o regime
ditatorial que assolava nossas almas. Que muitas vezes desfilou em passeatas
gritando palavras de ordem, engrossando o coro de musica de protesto, contra o
regime, em pleno Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, vigilante e receoso
das forças policiais militares. Que foi para as ruas, de maneira ordeira e
pacifica reivindicar o repatriamento de nossos brasileiros no exílio, com
gritos a favor de uma anistia, Ampla, geral e irrestrita. Quando um palanque
era montado, lá estava eu, revigorado em meu idealismo.
Irmanados em um mesmo propósito e pelo voto democrático
elegemos o presidente, após o golpe de 1964. E em um clamor popular destituímos
o presidente, na ação mais democrática da história deste país. Minha cara
enrugada deu vez a uma cara pintada, do qual me sinto orgulhoso por ter podido
contribuir na construção da cidadania.
Homofóbico... Eu? A onde estavam os grupos homossexuais,
quando o país passava por essas transformações? Quais foram os engajamentos
sociais, destes grupos? Ter direitos significa também, ter
responsabilidade. Reivindicar
direitos não é necessariamente ter uma causa, não é somente fica olhando para o
umbigo se achando lindo e maravilhoso. Enquanto vemos a organização de
passeatas, com demonstração de orgulho Gay, como forma legitima de direito ao
respeito e a dignidade, se transformar em um atentado violento ao pudor,
incentivo a promiscuidade, desacato, aliciamento... Entendo que nossos irmãos
homossexuais, queiram ser vistos como tais e, que pelas suas óticas prevalecem
arraigados preconceitos. Mas na verdade, o que a eles passam despercebido, é
que seu reconhecimento, é de cidadão; sendo comum a todos. A sobrevivência do
conceito, mesmo com todas suas evidentes contradições, trata-se da manutenção e
sobrevivência da humanidade. Querer motivar o comportamento homossexual no
âmbito escolar, mesmo que seja em mensagem subliminar, pode impor conceito e,
esse não é papel da escola. Haja! Visto o ocorrido na Alemanha, quando Hitler
com seu discurso fascista alcança a escola, ai se estabeleceu o caos. Famílias
são desagregadas, pais se voltaram contra filhos, filhos condenaram pais e os
entrega a mão forte do nazismo. Escola é pluralidade, ela não pode ser
instrumento de manipulação de determinados seguimentos, é aonde as crianças
chegam com a sua leitura de mundo e, sai homens capazes de reescrevê-lo.