sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

FLOR GENEROSA



"A construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social. A paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas da busca do bem comum."


Zilda Arns Neumann

O tempo há de amordaçar essa dor secular. Hoje o meu tempo, é homenagem, com rito de passagem, para aquela a quem a morte se morre, e a vida renasce na canção de ninar. Como foi bom vê-la viver assim, tirou de mim o medo de ir. Com seu sentido plural, sem se opor-se em ações singular; tirou de nossos lábios um canto de vitória e da vida um eterno cantar. Recordo-me da cantiga que diz: “Meus heróis morreram de overdose.” Medonha constatação, aquém valores invertem. Que legado deixa um herói, que morre chafurdado agonizante em seus conflitos? A heroína dopou minha mente, de respeito e amor ao próximo, plantou uma flor generosa e translúcida na soberba humana, sem se utilizar do púlpito ou mesmo batina. Fez das praças tribuna de honra, de gente simples cúmplices das causas, e de gestos poesia líricas. Se tivéssemos dado ouvidos, não haveria tamanha labuta, militariam mais anônimos no lirismo do afagar o peito, da infância o amenizar dos gemidos. Mais os poucos de ouvidos atentos, se desdobraram em socorro, como mães de oprimidos, como parteiras a gerar o mundo. Semente solidaria, és tu, ao sabor do vento, germina nas favelas dos guetos, nos redutos dos refugiados, dos feios, pobres, sem afeição. Foi tão grande cuidado, de súbito desamparado, do colo desprotegido. Em terra estrangeira ferido, com a dor mais brutal que um ser finge suportar. Ficamos órfãos de seus cuidados, em outras mãos o mesmo trato, herança do seu amar. Ferida de todos nós, nós desatar no peito pungente, agonia, angustia, silêncio, de um grito a nos escutar. Nossas lagrimas percorrem as veias sacras da resignação, remendos de palavras para desviar o curso de dormentes pensamentos. Da fisionomia pálida, um novo olhar paira em nosso semblante transformado. Agora tudo é ausência, medo, resto de silêncio, de algo que não sei explicar. Mais que se faz tão presente, como tremulas pernas de infância a dar os primeiros passos. Não tem hoje o sorriso aberto, as mãos firmes, os passos certos, todo resto é de humana banais miséria. Na força de seu exemplo reaprendendo. Somos agricultores a semear atitudes, temos o nosso tempo de plantar, nosso tempo de aprender, e se espalhamos nossas atitudes de dedicação, de esperança. Se entendermos que somos grandes quando ajudamos o outro a crescer. Ai sim verá no solo deste país, uma grande floresta solidária, Zilda Arns Neumann plantada em cada coração.



domingo, 24 de janeiro de 2010

Quando a razão se rende a fé


E o Sol se deteve, e a Lua parou até que o povo se vingou de seus inimigos. Não estar isso escrito no livro dos justos? O Sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.
(Josué, 10:13-14).

Aristóteles  filosofo grego (384-322 a.C.) imaginava a terra no centro do universo, com a lua, o sol e os planetas girando em volta. Durante muito tempo essa foi à compreensão; a teoria geocêntrica era a única idéia possível, muito em razão dos registros bíblicos, em parte irrefutável devido à precariedade de recursos, por outro lado não seria conveniente contrariar passagens bíblicas. Um sacerdote católico e astrônomo Nicolau Copérnico (1473-1543). Autor da obra: Da revolução das esferas celestes, textos estes editado no ano de sua morte. Contestava a teoria geocêntrica, sua afirmação contrariava interesses e as pessoas eram atingidas em suas convicções principalmente os religiosos. Você homem que se julga o centro de todas as coisas, não passa de um grão de areia no universo! Não quero relatar um fato apenas empreguinado de dados científicos, sem apresentar o homem na fronteira entre a fé e a razão, lúcido e insano, em uma arrogância existencial, como se este sozinho se bastasse.
O Dr. Robert Istrob, um astrofísico da Agencia Espacial norte-americana (NASA), desabafa em seu livro Deus e os Astrônomo, demonstra uma inquietação visível no trecho do seu livro:
“Para um cientista que viveu na crença da força da razão, a história termina como pesadelo. Ele escalou as montanhas da ignorância e estar a caminho do pico mais alto. E então, ao lançar-se além da última rocha, é bem vindo por um grupo de teólogos, que lá encontram sentados há centenas de anos.”
O texto relatado em (Josué 10:13-14), parece cenário de um filme de ficção cientifica, devido à gravidade do fenômeno; isto colocaria todo o sistema solar em total desordem. Uma interrupção na rotação terrestre, todos os outros planetas seria atingido em seu equilíbrio. Acontece que o único equivoco nesta informação é a compreensão geocêntrica, porque que era a percepção que havia na época, ao invés de heliocêntrica segundo o qual a terra e os demais planetas que se move entorno do sol. Na década de sessenta milhares de anos depois, em que o relato bíblico faz essas pontuações os Estados Unidos interessados em sair na frente na corrida espacial intencionam colocar um homem em órbita terrestre. O feito deveria ser logrado de êxito, assim os astrônomos precisariam calcular todo o movimento planetário. Qualquer erro nesses cálculos seria fatal, o astronauta vagaria no universo pela eternidade. Pra isso foi utilizado os mais sofisticados recursos, os mais avançados computadores, Goddard Space Flight Center da NASA (greenbellt, MB) se empenharam em recalcular as órbitas planetárias. A constatação foi desesperadora e inesperada, em todos os cálculos realizados ocorreu um erro de aproximadamente 12hs e 20 minutos. Este tempo não constavam no cronograma universal; especialistas em informática, analista de sistema revisaram programas, refizeram cálculos e ainda assim permanecia o problema. Foi convocado um grupo de peritos da IBM para diagnosticar possível defeito no computador, uma vez mais nada foi encontrado. O governo norte-americano faz pressão para uma resposta eficaz  nos resultados, depois que o Russo Yuri Gágarin é o primeiro homem a dar uma volta sobre a órbita da terra. Isso mexe com os brios dos americanos e o presidente Kennedy não se contenta apenas com um homem no espaço, a meta agora é a Lua.
O texto do antigo testamento é lembrado por um dos astrônomos da equipe (Harold Hill), quando freqüentava a escola bíblica dominical de uma igreja com sua avô, ouvia essa história. Este fato ele relata em seu livro “how to live like a king’s kid.” Com risinhos em canto de boca, ou mesmo com a expressão carregada de que tudo isso é um absurdo, o fato é, é que o universo congelou e o conteúdo bíblico era a única explicação plausível. Com a solução deste problema mesmo que ainda estivesse faltando 40 minutos uma grande parcela já se havia solucionado e o destino por capricho configurava um novo obstáculo. A universidade de Estocolmo descobriu que a inclinação da terra sofreu uma variação no dia 3 de maio de 1371 A.C. Mesmo não querendo admitir os relatos bíblicos como recomendação, as garimpagens pelas sagradas escritura foram de suma importância. Em Isaias 38:8 descobriram: “Eis que farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo Sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retrocedeu o Sol os dez graus que já havia declinado.”
O relógio de Acaz ao qual  se refere o texto era uma forma antiga de medir o tempo. Era uma ferramenta usada, que aproveitava a luz solar de maneira há contabilizar as horas; toda essa engenharia se dava pela projeção da sombra sobre uma haste metálica centrada em um semicírculo de cento e oitenta graus, assim permanecia durante as 12hs de exposição ao sol. Cada quinze graus equivaliam uma hora, é fácil deduzir que dez graus seriam o mesmo que 40 minutos, justamente o numero de minutos que faltava para o complemento ao somar-se o fenômeno relatado no livra de Josué. Sei que depois de toda essa exposição ainda me depararei com um grande numero de cético que busca nos conceitos humanos, razão pra sua existência. Mais pra esses que ver em si o limite do universo, deixo a célebre frase de Einstein: “Deus não joga dado.”


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

RETRATO FALADO


Nas gerações anteriores e posteriores as de meus pais, era mais simples aferir regras morais de comportamento sexual. Essa simplicidade era ditatorial, repreensível e resumível em uma regra única e absoluta: “Não!”
A forma extremada de sua aplicação advém do modelo burguês, difundido na Europa entre os séculos XVI e XIX. Tais idéias eram cômodas, isto é, eximir aos pais do constrangimento de juízos. O que deve ou não ser permitido, quando, como, com quem; o senso daquilo que deve ser proibido, ou mesmo evitado, passível de punição. A discussão a cerca do assunto não havia, uma vez que a repressão era diretiva, econômica de debates e construía de tabus. Com essa atitude o desenvolvimento psicossexual das crianças e dos adolescentes é comprometido, podendo acarretar danos estrutural de personalidade, além de manifestações das doenças psicosmáticas. É notório que este assunto é amplo e complexo, e nosso objetivo é de restringir, para mostrar o outro extremo desta orientação.
Com o avanço tecnológico, principalmente nos meios de comunicação, que se incumbe de ditar padrões de comportamento sexual, no meu ponto de vista muitas vezes inadequado, interferindo e causando conflito a famílias que pretende manter uma orientação menos livre, em detrimento daquelas condicionadas a nova realidade.
Uma emissora de televisão na contra mão do senso educacional, na sua grade de programas dirigido ao publico infante juvenil, tem uma novela que se propõe a descrever o universo do jovem adolescente. “É cômico se não fosse trágico,” um desses adolescentes contrai sífilis, em uma relação com uma jovem que já havia contaminado a outros meninos da escola. Pois bem, é esse mesmo o cenário da mensagem subliminar. Justamente um colégio, local aberto ao debate livre de idéias, responsável pela formação de cidadão consciente e de conduta democrática. Qual não foi a minha surpresa, o diretor que também acumula o cargo de professor, em um surto pedagógico espalha pelos os corredores do colégio maquininhas para aquisição indiscriminada e impulsiva de camisa-de-vênus,* (anticonceptivo destinado ao controle de natalidade). Essa atitude provocou a revolta de alguns pais de alunos, acusando o diretor de estimular a prática sexual na escola.
O que aconteceu com aquela velha e boa idéia, de que o sexo deve ocorrer dentro do relacionamento matrimonial? E que é uma relação intima de troca, que, portanto o sentimento deve estar à flor da pele, do contrario não passa de ações animalescas. Não se é de admirar a explosão de adolescentes grávidas que em via de regra absorve orientações equivocadas, de uma mídia preocupada em contabilizar lucros ao invés de esmerar-se na qualidade de suas informações. Nada contra o entretenimento, sei que a folha salarial por força de lei tem de ser viabilizada, mas que isso não impeça que seja pautada por uma conduta responsável. “O estrago não para por ai!” Um grupo de meninas do colégio se reúne para eleger o menino “pêra,”, ou seja, aquele que tem o bumbum maior. E ainda duas personagem vivem em busca do menino que havia contraído sífilis, cujo a fama é de pegador, que mais uma vez é reeleito o MPC ( Maior Pegador do Colégio). As meninas apresentam um quadro psicótico, com atitude que não condiz com maças dessa idade, é deprimente a postura de seus personagens que daria inveja a qualquer prostituta, a disputa entre as duas personagens para ver quem fica com o rapaz, é paranóica beirando as raias da loucura. E os pais na trama são meros coadjuvantes, alienados inexpressivo, com um comportamento permissivo, de quem não têm qualquer autoridade e de argumentos vencidos.
Essa emissora neste contexto presta um desserviço à sociedade ao apresentar o  jovem sem pespectiva, excêntrico e voltado para “idolatria” do corpo, da beleza eterna, do vigor, agressividade e da impetuosidade. Importa é enxergamos a adolescência em sua fase, e percebermos sua intricada relação com os fenômenos fisiológicos e anatômicos, para então margear as fronteiras que culminam nos componentes psicossociais deste mesmo processo. Entendo que o modelo tradicional é arcaico e de longe superado, mas entendo também que é necessário que a sociedade promova um debate amplo para buscar caminhos, e dar uma nova identidade, diferente desta sugerido pela trama. Há de se ter, um ponto de equilíbrio entre a liberdade e a libertinagem.

*Condom, camisinha ou camisa-de-vênus são alguns dos nomes dados à bainha de borracha (natural ou sintética) usada para revestir o pênis no coito. O termo condom parece vir ganhando preferência entre médicos e outros profissionais, pela conotação mais técnica. Preservativo é um sinônimo algo mais pretensioso e menos exato do que preventivo, já que o condom serve mais para prevenir do que preservar; mas ambos são entendidos em qualquer farmácia.
Há pelo menos três razões para tanta procura: 1) o condom é um dos recursos anticoncepcionais mais eficazes e não tem contra-indicação; 2) reduz grandemente o risco de contaminação venérea, seja qual for o parceiro infectado; 3) complementarmente, modelos especiais valem como acessórios, que alguns pares julgam melhorar as sensações do coito ou do coito anal. Além disso, é um anticoncepcional relativamente barato, fácil de usar e que pode ser guardado e levado com discrição. VIDA ÍNTIMA, ENCICLOPÉDIA DO AMOR E DO SEXO, ABRIL CULTURAL.

domingo, 3 de janeiro de 2010

NAS TREVAS DA ÉTICA


Vou reportar na íntegra o texto publicado pelo O jornal Extra do Rio de Janeiro, do dia 11 de Maio de 2007, sexta-feira. Cuja manchete se destaca em letras garrafas. “Presidente defende o estado laico” “Lula diz não ao estudo religioso nas escolas”
Em encontro reservado no Palácio dos Bandeirantes, o Papa Bento XVI pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva empenho para aprovar, ainda durante seu pontificado, e antes do fim do mandato de Lula, o acordo diplomático que regulamenta as atividades da Igreja no Brasil. O acordo instituiria segundo um ponto da proposta do Vaticano que já foi rejeitado pelo Itamaraty, o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras. Lula disse ao Papa que, pelas peculiaridades religiosas do Brasil, cabe a ele preservar e consolidar a neutralidade do Estado laico.
- Conhecedor das qualidades religiosas do Brasil, quero dizer que nosso empenho é preservar e consolidar o Estado laico, e ter a religião como instrumento para tratar do espírito e dos problemas sociais – afirmou o presidente, segundo relato da embaixadora brasileira no Vaticano, Vera Machado.
  Ainda em fase de negociação, o acordo envolve questões como a liberdade de culto, as propriedades da Igreja e o tratamento tributário que a instituição terá no país.”
Este é um país de pessoas saudáveis, simples e pacatas, que muitas vezes tende a ser confundido, e nos sujeitam a uma psicologia de submissão. Como não bastassem, no Brasil, as datas religiosas incorporadas ao calendário de feriados oficias do Estado. Um acordo costurado nas trevas da ética, e longe dos holofotes da mídia. De diferentes alcances e montado sobre base de transações sutis, o “pacto criminoso” assinado em Roma, no dia 13 de novembro de 08, entre a Santa Sé e o governo brasileiro, e aprovado pelo congresso nacional, no dia 9 de outubro de 09. Os termos alinhavados entre o Vaticano e o Brasil, começa a chegar ao conhecimento da sociedade brasileira. Com a roupagem de um tratado internacional, mais um pseudo-status de uma mera consolidação estatutária, já vigente pelo catolicismo romano no país. Lamentável constatar nas manobras dessa concordata, princípios que fere o Estado laico, como também contempla privilégios fiscais a segmentos a instituição de natureza católica. De fato, a segure que o ensino religioso é facultativo nas escolas públicas, na forma da constituição. Mais se percebe claramente uma orientação para o ensino nos moldes da doutrina católica. Em uma visão apocalíptica, se conclui que o Estado passa a ser filiar nas competições do campo religioso. Uma vez que seria do mérito, conforme (LDB) Lei de Diretrizes e Bases legislar a cerca do mérito, dos conselhos de educação, que julgaria a competência de ensino interconfecional ou mesmo a exclusão da matéria do currículo.
“Uma pergunta que não quer calar.” Com a isenção fiscal, estendida a Templos, Empresas de Comunicação, Editoras e outras instituições ligadas à religião, e ainda a ajuda do Estado com verbas públicas para manutenção dos templos. Quem vai fiscalizar tudo isso?
Com todo respeito ao presidente do meu País e aqueles que eleitos foram, para que as leis fossem aprovadas no raiar do dia. Não é assim que se constrói um Estado laico. Algo que jamais foi visto na história do Brasil, nem mesmo no regime monárquico, período em que o catolicismo foi religião oficial no país. Vale lembrar que nesse tratado internacional, o Vaticano figura como maior beneficiário, isso sem dizer que dispõe de um controle centralizador no mundo, a reboque do tratado de 1929, elevando a Santa Sé – Vaticano ao status de Estado. Firmado por Pio XI e Benito Mussolini. Dando ao Papa honraria de chefe de Estado, e poderes para o exercício político em diferentes países do mundo.
Houve um acordo com parlamentares que professavam outra fé, anulando no texto onde se referia a Igreja Católica, para instituição religiosa, dando ao projeto o nome de Lei geral das Religiões, por meio do decreto legislativo 1736/2009.
Não quero no momento plagiar Rui Barbosa, mais “tenho vergonha de ser honesto.” Que Estado queremos? Talvez almejamos a idade das trevas? É necessária no Brasil uma cultura de laicidade, onde a lei atribua às instituições eclesiásticas, direitos e deveres e não somente privilégios, a custa de mecanismo que emperra e onera o Estado. O decreto lesgilativo, já foi aprovado pela câmara e pelo senado, só falta ser homologado pelo presidente da república.
Fonte de pesquisa
Jornal Extra
Jornal da UFRJ   


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