Ela chegou e brilhou; brilhou tão intensamente que ofuscou o sol com o seu brilho. Com ela o poeta aprendeu, como é se dá em ternura, salmodiando com júbilo de alegria sua beleza infinda. A vida era um jardim florido, a natureza gargalhava, as flores exalavam seu perfume e as borboletas azuis bailavam exibindo toda sua formosura. Era cortejo, alvorada! De uma displicência de infância, uma essência divinal em seu sorriso de criança. Nathalia do menino Deus, um presente se nos deu, de semblante angelical. Enfeitou os nossos olhos de sua meninice, com suas peraltices fez sorrisos ressoar. Luz que provem de Deus, luz de vida vestida do olhar dos santos, rosa, aroma, encanto, revestida de santidade. Provocou no poeta o desejo de pastorear, seus caminhos, trazer-te do santos dos santos mirra e incenso.
Há! Quem dera poder ter sentido a delicadeza de suas mãozinhas alvas a repousar em seu rosto. Tomara tivesse ele, ter se apressado em ver os seus passos cambaleantes, com uma ligeira conotação de fragilidade em sua sutil fortaleza. Como príncipe de outras terras, ele se portaria, diante de sua realeza, tamanho seria o balsamo a visitar sua alma. Como menina estrela guia a inspiração do poeta, feito cascata de luz dissipa do peito as trevas e resplandece o amanhã e a dor no peito adormece. Converte em mistério a expressão de suas verdades, para que o mundo deleite no amor, que a ti amaste.
Nathalia foi morar com Deus, foi como nasceu, não teve tempo de pecar. Rogamos, imploramos por milagre, a boca dos justos proferia e não havia um querer maior. Então o poeta chora questionando o Eterno a ausência de Nathalia, indescritível e grande sua dor, maior não existe figurada o seu parto, parto que nos deixa órfão da mais singela contemplação. Sem sua inspiração maior o poeta cinge os lombos de toda humanidade e afronta o sagrado, com a pergunta que lhe inquietar: Senhor a onde foi parar os joelhos curvados em oração? Porque então me fazes devoto? Não foste tu mesmo que disseste? “Que a oração de um justo pode muito em seus efeitos”.
Com a dor que lhe adorna o peito, questiona meio sem jeito a razão do seu penar, porque lhe acha injusto, uma dor que faz tanto barulho dos olhos não suportar. Resta então guardar os dias, dos momentos de alegria e de abundância de afeto, que faz convergir em saudade à dura realidade da ausência de Nathalia. Lá no céu foi dia de festa, louvores entoados ao sagrado por quem Nathalinha foi recebida, trombeta anunciava o grande presente de Deus. Mais o poeta que coitado pelo sagrado foi repreendido, por Deus foi convocado a responder o veredicto: “Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que estar debaixo de todo os céus é meu”. (Jó 40.11). O poeta então olha para si e enxerga sua pequenez, e no seu intimo a voz responde: “Não a Deus maior”! Capaz de amar tanto a criatura que toma pra si aquela que a ele mesmo pertence. E a faz, a mais alva das estrelas, esquadrinha o céu e a coloca sob os olhares de todos, como quem diz: Ela não pode ser só privilegio seu. Da tristeza fez-se alegria por saber que a Natalinha descansa em trono real, que para todos ela brilha, com seu porte de menina em seu jeitinho de princesa. Refez sua cantilena, dos olhos enxugou as lagrimas e assim então compreendeu, que quando o poeta sentir saudades basta olhar para os altos céus e escolher dentre outras, a estrela mais brilhante, esta será a Nathalia, a menina dos olhos de Deus.
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