A contribuição de Darwin para humanidade, não estar apenas limitada na compreensão de sua diversidade de espécies ou mesmo em compreender os mecanismos de como se deu sua evolução através de uma seleção natural. Mais também de como se organizou. Alguns cientistas da época defendiam a idéia (especialmente no século XIX) que a humanidade se plasmava pelo mesmo princípio que norteava a teoria de Charles Darwin. Isso significa dizer, que é bem possível haver características biológicas e sociais, dentro de um contexto biológico seletivo; pessoas superiores á outras. Em analogia com sua teoria, a pessoa inserida nestes moldes obviamente seria mais apta. Logo apresentavam padrões características de habilidade tais como: maior poder aquisitivo, um desempenho maior para as ciências humanas e exatas desconsiderando as demais ciências como fator de critério; exemplo, arte e a raça da qual o indivíduo é oriunda. O advento do Darwinismo social, nada mais é que o eco da teoria evolucionista de Darwin e de Spence, ou seja! É a representação teórico evolutivo, aplicado aos aptos que galgaram ascensão sociais. É como mapear o mundo social colocando nele os mais bem sucedidos, vencedores na luta pela sobrevivência; neste caso os melhores se destacam socialmente. Com isso fica estabelecido a metáfora da vida social, em relação às mudanças e evoluções dos mais bem sucedidos e dos não tão bem assim. Segundo Spencer a aplicação deste paradigma requer uma boa dose de bom senso, para ele a evolução depende de “condições adversas” que pode favorecer ou mesmo inibir; e justifica seu cuidado considerando que: as relações do sistema social com seu meio ambiente, dimensão da sociedade, diversidade etc. São aparelhos sociais determinantes e muito complexo, o sistema social não segue uma lógica. Existe neste contexto uma lógica perversa para tentar explicar a pobreza pós-revolução industrial, ao dizer que os indivíduos se tornaram mais pobres em razão de serem menos aptos (segundo a teoria de Darwin). Estar afirmação biológica da teoria social de Darwin conduz para um fortalecimento do imperialismo, o racismo, o nacionalismo e o militarismo. Seu adepto defendia as idéias, argumentando que raças e nações se ocupavam em uma batalha acirrada pela sobrevivência, e nesta luta apenas os mais forte sobrevive, os francos não merece viver.
É importante fazer justiça, e dizer que Darwin não tem responsabilidade com as concepções erradas de sua teoria. Muito pelo contrario, antiescravocrata convicto jamais delineou perfil sócio econômico em sua obra. Tais radiografias são frutos das inúmeras interpretações equivocadas de sua obra, os darwinistas se apossaram da idéia principal, para fazer valer seus discursos racistas e preconceituoso, influenciando toda á metade do século XIX
O Brasil viveu sua efervescência neste panorama darwinista social, nas ultimas décadas do século XIX, os intelectuais e pensadores como: Nina Rodrigues e Silvio Romero, julgaram melhor defender a tese de que é possível uma raça casta e superior. À medida que seja promovido um branqueamento da população, a fim de erradicar a mistura de “cores” e eliminar a miscigenação peculiar do povo brasileiro. E como seria feito isso? Promovendo incentivo á imigração de trabalhadores estrangeiros, mais especificamente á europeus (italianos, alemães, espanhóis, poloneses, ucranianos), como medida pra forja o branqueamento da sociedade brasileira. O século XX marca uma nova etapa neste cenário, os discursos perderam forças, agora a dita mistura racial, que mais tarde a própria biologia moderna vai constatar que não existe diversidade de raças. Que todos nós fazemos parte de uma única raça humana consegue enxergar benefícios nesta mistura. Então a partir daí o samba, o violão, o frevo e a capoeira começaram a ter identidade e foram sendo descriminalizado, e ganhando contorno de aspecto cultural. Entretanto no mundo inteiro houve quem se opôs há essa tendência perversa de exclusão social, como: Piotr Kropotkin. Na obra “Ajuda Mútua: Um Fator de Evolução,” ele reforça a idéia de solidariedade entre pessoas, etnias, e que luta para sobreviver é tão benéfico, quando estimula a competição entre grupos. A sociobiologia nomenclatura utilizada atualmente, fazendo a junção da biologia e sociologia, desperta para uma realidade mais condizente e globalizada. O famigerado capitalismo selvagem nos dias atuais retrata bem o modelo concebido pelo darwinismo social. Temos como pano de fundo, três pessoas mais ricas do mundo cujo seu montante ativo é maior que o recurso de 48 países mais pobre de uma população de 600 milhões de pessoas, ainda 257 pessoas tem mais valores acumulativo que 2,8 bilhões de pessoas isso significa 45% da humanidade; isso sem dizer e se nossa estatística não nivelar por baixo, cerca de um bilhão passa fome e 2,5 bilhões estão a baixo da linha da pobreza. Já no Brasil podemos afirmar com segurança que 5 mil famílias detêm 46% da riqueza nacional. Sem querer ser pessimista mais é fácil de perceber que o modelo social elaborado no primórdio da modernidade, e despontava para seus percussores como modelo social para conquistar o mundo através do acumulo de riqueza privada, diante do caos estalado e por questão de bom senso, não pode ser mais visto como uma alternativa econômica. Infelizmente alguns lideres mundiais não atentaram pra isso, o nosso governo em seu Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estar alheio e ainda busca uma forma de racionalização do irracional. Não precisamos de um governo se utiliza de frases de efeitos para garimpar votos ao invés de propor um programa que respeite o planeta terra, e que minimize a covardia social e a destruição do meio ambiente. Estou ciente das dificuldades em mudar esse sistema, não atender a boca escancarada do capitalismo, com produção e consumo é remeter as sociedades para um mundo primitivo. Mais também é bom deixar claro que o futuro da humanidade a biosfera estão comprometidas e pode ser extinto por conta da arrogância de nossos lideres por achar que tem na mão a formula que constitui o todo. Reporto-me as palavras do teólogo Leonardo Boff para afirma que o mundo não é individualizado e que junto podemos transformá-lo. “Mudar de rumo? Sim, na direção do “nós”, da cooperação de todos com todos e na solidariedade universal e não do “eu” que exclui. Se tivermos altruísmo e compaixão não deixaremos que os fracos sejam vítimas da seleção natural. Interferiremos cuidando-os, criando-lhes condições para que vivam e continuem entre nós. Pois cada um é mais que um produtor e um consumidor. É único no universo, portador de uma mensagem a ser ouvida e é membro da grande família humana.Isso não é uma questão apenas de política, mas de ética humanitária, feita de solidariedade e de compaixão.”
2 comentários:
Manoel, nunca vi uma análise tão consistente e a defesa do conceito original da obra de Darwin sendo aplicado no movimento da sociedade como um todo. Parabéns, é desse nível de texto que precisamos ver sempre na blogosfera. Grande Abraço!
mas eh falta de punheta ne
Postar um comentário