Já faz alguns anos que psiquiatras e médicos têm conciliado suas conclusões no sentido de alcançar um denominador comum, e assim concordarem que em alguns distúrbios no que diz respeito às atividades somáticas e emocionais, trafegam em uma via de mão dupla. Heinroth foi o primeiro a utilizar a palavra como designativo, “Distúrbio psicossomático”, dirigida à insônia. Jacobi, um psiquiatra alemão, anos mais tarde a tomou de assalto, a popularizou e o conceituou de “distúrbio psicossomático” ampliando seu raio de ação até incluir colite ulcerativa, úlcera péptica, enxaquecas, asma brônquica, artrite reumatóide etc. No mundo cientifico o termo tem gerado polemica. A classificação americana atual, DSM-III-R, refere-se a distúrbio psicossomático quando a ocorrência é por ocasião de estímulos ambientais de caráter psicológico significativos, associado a um acontecimento ou um agravamento de um traumatismo físico cujo sua patologia é orgânica passível de ser observada dentro de um contexto fisiopatológico habilmente conhecido por especialista. A DSM-III ela não contempla a junção mente corpo, ignora a percepção holística médica. Para Fritjof Capra recomenda certo cuidado ao trato com o termo psicossomático. Na medicina tradicional a designação do termo era para distúrbio sem trauma orgânica e nitidamente diagnosticado, por essa razão o conceito imaginário ou “psicológico” significando não real. Capra em seu livro “O ponto de mutação” (1993) vai trabalhar a acepção do termo, nele um elo que se converge corpo/mente em um processo da doença e saúde. "Afirmar que um distúrbio tem causas puramente psicológicas seria tão reducionista quanto acreditar que existam doenças puramente orgânicas sem quaisquer componentes psicológicos..." Primeiramente é importante darmos o sentido etimológico a palavra psicossomática. Psicossomática é uma palavra composta de dois vocábulos Grega. Psique significa razão, emoção, e somática corpo, matéria. O ser humano é um ser dicotômico, ou seja, sua estrutura é composta de razão, emoção e de um corpo, matéria. Como esses dois elementos é intrínseco ao ser humano, existem situações em que a psique como estado emocional pode causar alteração, comprometendo o funcionamento do corpo. Isso significa dizer que um estado de desequilíbrio emocional, pode aflorar doenças no corpo. Como somos seres sociais e interagimos com o meio e o meio muitas vezes se traduz em um ambiente inóspito. Em ultima analise o corpo também pode responder as doenças Sócio-psicossomática, desencadeadas por fatores como: desemprego, ruptura no casamento, morte de entes queridos, a chegada de um filho, etc... Ops! Parece contraditório que a chegada de um filho possa contribuir negativamente para o equilíbrio emocional do casal. Mais é verdade, nem sempre a chegada de um bebê, possibilita uma atmosfera harmoniosa. As vezes toda a gestação e até depois da chegada do bebê, é cercado por uma clima de comportamentos conflituosos. Durante a gravidez e depois dela, a mulher experimenta sensações e alterações hormonais, capaz de modificações em seu comportamento, e isso não é novidade pra ninguém. Mesmo porque sua estrutura confere todo um comprometimento biológico para gravidez. Mas jamais se cogitou a possibilidade biológica do homem sofrer de depressão pós-parto. A pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Virginia, nos Estados Unidos, publicou no “Joumal of the American Medical Association”, materiais de pesquisas feitos por cientistas norte-americanos. Estranhamente o resultado da pesquisas apontou que 10% dos homens são acometidos de uma severa tristeza após a chegada do bebê. Ainda registrou que o pico da depressão no homem ocorre estatisticamente nos períodos entre terceiro e no sexto mês de existência do filho. Segundo alguns psicanalista, o quadro depressivo se dá em razão de sua incapacidade de lidar com a nova vida. Desde os primórdios da civilização, atribuiu-se à mulher a função de cuidar da família, ela desfruta do prazer de cuidar, amamentar, dar banho, trocar. Vemos nessa atitude não uma obrigação mais uma necessidade pra mulher esse cuidado. Já para o homem toda essa tarefa provoca certa insegurança, um misto de medo e um sentimento de importância ao ver a mãe desempenhado tão brilhantemente essa responsabilidade familiar. Outro sentimento bastante interessante e às vezes inconciênte, é o sentimento de sentir-se fora do contexto. Primeiro a mulher assume todo o controle, e na busca por ajuda é a sua mãe que é solicitada. Com isso o homem se sente um coadjuvante no cenário conjugal. A pesquisa aponta também que a manifestação da depressão masculina no pós-parto pode ocorre quando o homem é pai pela primeira vez. É importante salientar, que não é uma regra. Mas no nascimento do primeiro filho, este homem apresenta um estado de angústia, de uma profunda tristeza. E como não é diferente nesse sintoma, apresenta cansaço, irritabilidade como mecanismo de defesa e uma grande impotência para cuidar da esposa e do bebê. Mas que fique claro que esses tais sintomas, são momentos de transição, e tem por circunstância um novo quadro familiar, portanto esses sentimentos em via de regras são temporários. Podendo permanecer por alguns dias ou semanas, logo em seguida, e como é comum em todo ser humano é possível uma adaptação à medida que haja um ajustamento na nova rotina. Permanecendo o sintoma procure ajuda profissional.
sábado, 16 de outubro de 2010
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