“O essencial para felicidade é nossa condição íntima e dela somos senhores.” O filosofo grego Epicuro, ao fazer tal afirmação parece-me bastante seguro, quanto à capacidade do ser humano de gerir felicidade, independente de situações desfavoráveis ou não. Vejo-me propenso a prosseguir nessa linha de pensamento com relação à depressão. Peço licença aos leitores de ciência e religião para darmos continuidade ao tema, por entender, ser esse assunto muito amplo e de muitas crenças conceituais. Na gênesis da depressão fincamos estacas no objetivo de apontar o surgimento da anomalia. Porquanto verificamos a alforria do homem teológico, quando esse rompe com a submissão e o poder tutelar, e renasce biologicamente. Em vista disso, inclino-me no resgate da contemporaneidade, com intuito de radiografar os pontos sensíveis da patologia. O estado de depressão não é peculiar aos seres humanos, mais a reação depressiva são precipitantes comuns de causas externas. A perda de uma pessoa amada, desapontamento no amor, fracasso, esses e alguns outros fatores produzem uma resposta emocional equivalente. Os depressivos normalmente são visto como aqueles capazes de se relacionar simpaticamente e até falar de seu sentimento para demonstrar confiança. Parece-me isso uma faceta da mente depressiva, na realidade destaca-se uma forte tendência para a abnegação. Importa que eu dedique mais amor ao outro que a mim mesmo. Isso pode ser deverás perigoso, em razão de uma confusão emocional levando o depressivo em dado momento sentir pena de si mesmo. Quando nos dispomos à forma uma opinião sobre a causação de um estado patológico como a depressão é importante deixar claro que a ferramenta de investigação é anamnésica. A pessoa sujeita às reações tem certa dificuldade nas relações pessoais, porque geralmente buscam receber do outro aquilo que não recebeu em sua infância. Mais, contudo não se dá a ações violenta ou mesmo ao ódio contra os que nutri amor, com medo de privar-se da afeição que viesse a receber deles. Julga-se parcialmente digna de amor, mais impõem a si mesmo um comportamento, de só receber se mantiver a condição de boas e submissas. Podemos afirmar que a reação depressiva pode ser deflagrada, não só por perdas e fracassos no relacionamento pessoal, mais por alterações bioquímicas do copo, como por exemplo, a menopausa, infecções gripais, ou sociais como depressão provocada por fatores econômicos. Essa suscetibilidade influencia e atua em personalidade de vulnerabilidade acentuada, e que não são consideradas inteiramente responsáveis.
Transcrevo a abaixo o trecho de uma carta escrita por uma atriz de teatro, cinema e televisão; a qual me reserva o direto de não mencionar o nome, por entender que sua contribuição neste artigo é de caráter cientifico. Declino-me em respeito aos familiares e amigos, muito embora seu conteúdo tenha vindo a publico com o consentimento da família. Os nomes e instituições mencionados nos trechos da carta, também foram retirados, com o único intuito de preservar e dá ênfase o objeto de nosso interesse:
"Não chorem, não sofram, eu estou ABSOLUTAMENTE FELIZ! Era tudo o que eu queria: ter paz eterna com meu Deus e, se possível, com minha mãe. Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus. Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada em Esteio, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele. Realmente não soube administrá-lo e fui ludibriada por pessoas de má fé várias vezes, mas sempre renasci como uma fênix que sou e sempre fiquei bem de novo. Aliás, eu nunca me importei com o ter. Bom, tem muito mais sobre a minha vida, isso é só para verem como não sou covarde não, fui uma guerreira, mas cansei. É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais morar em lugar nenhum. Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz! Estou cansada, cansada de cabeça! Não agüento mais pensar, pagar contas, resolver problemas... Vocês dirão: Todos vivem! Mas eu decidi que posso parar com isso, ser feliz, porque sei que Deus me perdoará e me aceitará como uma filha bondosa e generosa que sempre fui.
Aos meus fãs verdadeiros; aos jornalistas imparciais; Desculpe a quem eu esqueci, a vida foi muito mais maravilhosa do que sofrida para mim. Obrigado Jesus, Nossa Senhora e meu Deus, perdoem-me e recebem-me como a filha honesta e bondosa que sempre procurei ser! Fiquem com Deus, todos!
Se existe sentimento maior que o amor, eu desconheço!"
Na verdade, a situação analítica estar justamente no afloramento da emoção depressiva que aponta como alvo o estado que se encontra o depressivo. Ela não pensa em suicidar-se, mas matar as condições que suas emoções lhe impõem. É sabido pela psicanálise: “Que os processos mentais são automaticamente regulados pelo o principio do prazer,” O depressivo frustra essa percepção dizendo a si mesmo que não é digno, ou mesmo que já tenha chegado ao limite do seu estoque de prazer. Seu estado é de resignação, muitas vezes estimulado por um cristianismo destorcido, de uma teologia equivocada. A consciência é a de que o ser supremo maior e autor da existência humana não se importariam com a rejeição da vida que lhe foi presenteada. Na verdade o doente depressivo estar tão condicionando a autocomiseração que tem a convicção da aprovação divina do suicídio a ser praticado. Experimenta um estado de confusão que a depressão é acompanhada por uma grande inibição do impulso agressivo. Ele é o sujeito da ação, e o objeto de sua própria agressividade. Nesse caso ao invés de se posicionar como filha empenhada no cuidado da mãe, se pune e se comporta feito criminoso, como se estivesse ao seu alcance o poder de livrar a mãe do sofrimento, a sensação de impotência a fragiliza muito mais, trazendo a memória como penitencia e ato de juízo. Por tudo acalenta idéias de suicídio, se julgando uma pessoa não merecedora de tudo que a vida lhe proporcionou, não almejando vislumbrar para os fins de seus dias, aquilo que presenciará a mãe passar. Falar de um universo que desconhecemos e que não podemos palmear, e ainda julgamos senhoril desta condição nada mais é que assistimos o caos da condição humana pela transparência do vidro da janela. Sei que a frase que nós iniciamos o texto não passa de uma licença poética e que o poder que temos é de tentamos discernir pela investigação cientifica, quando nos posicionamos como espectadores da vida. Ou quando pela força da fé compreendemos que os desígnios de Deus são o suficientemente necessário a felicidade.
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